segunda-feira, 18 de agosto de 2014

rock 'n roll não vem do seu cérebro, vem da sua virilha!

   Pois é, James Franco. E ROCK é POESIA. E POESIA, tampouco, vem do cérebro. Não escrevo há 5 anos. E não é porque o pó derreteu meu cérebro. Não é porque a bebida derreteu meu cérebro. Não é porque os remédios em excesso, na expectativa sôfrega de sair dessa vida imunda, fodeu com o meu cérebro. A porra do meu cérebro pode escorrer pelo meu nariz por dez mil anos, e esse não será o problema. O meu cérebro não serve de nada no processo criativo. Está tudo nos arredores da virilha. No grelo... No máximo, desvirtua pro coração. E se o coração está no peito ao invés de estar na virilha, é puro erro técnico. O coração nunca será racional. 
   Quantos caras não passaram a vida toda estudando, esperando um grão do TALENTO, da VISCERALIDADE que um dia apresentei! Às vezes penso que não sou muita bosta, que minha poesia não importa, nunca importou, que foi tudo uma ilusão, porque não existe pessoa mais contraditória do que eu no mundo! Não existe ninguém com um complexo de inferioridade tão grande, e ao mesmo, um complexo de superioridade tão fodidamente gigantesco! Meu ego é maior do que um templo cristão (...) em alguns momentos (...) e em outros, do tamanho de uma ervilha. 
   Eu nunca vou poder realmente comprovar o poder da minha poesia, mas já vi gente falando com tamanha paixão, que sim, já deixei isso me subir à cabeça. Não vou fingir uma modéstia que não me cabe (neste momento). Eu fui foda. Eu fui realmente boa. E tudo vinha do meio das minhas pernas. E agora eu tenho estragado tudo com esta inércia ridícula, só porque não tenho mais paixão alguma a oferecer. Tento racionalizar toda a maldita coisa, esperando um resultado minimamente bom. Mas não chego no ponto de ebulição. Não mais.
 Muita coisa dentro de mim foi destruída. Muita gente me fodeu inconscientemente, outras por puro sadismo. Muita gente tirou coisas a força, muitas outras eu deixei. No dia a dia... no acordar, no almoçar, na digestão dolorida de mais um dia se esvaindo por entre meus dedos, eu morro. E me matam quando dizem que estão sentindo orgulho de mim. Orgulho?! Eu tentei de tudo pra ser motivo de orgulho! Eu lutei, tive sonhos, expus minhas ideias, e me vi sozinha em todos os momentos de glória, todos os momentos que poderia caber, de fato, orgulho que não me humilhasse, não me soasse como uma bofetada! E hoje, agonizando, fraca, lutando por uma vida que não me interessa de verdade... vazia, vendo tudo sem cor, sem brilho... sentem orgulho! Pois, digníssimos, vocês podem pegar esse orgulho de merda, que só pode vir de mentes tão ordinárias quanto a de vocês, e enfiar bem no meio de seus respectivos rabos!
   Sei que eu tive minha parcela de enrabadas não solicitadas. Se minha mente foi estuprada constantemente ao longo dos últimos 20 anos, meu corpo foi ainda mais!
   Um dia eu vou estar dentro de um caixão, onde nada disso importará. Mas me dará, ainda assim, ao mesmo tempo repulsa e regozijo, saber que em suas mentes podres e alienadas pesará a culpa de tal forma, que entenderão minha loucura, e mais que isso, a terão como amiga íntima. Putos!