Inclinada e pensativa,
sobre a proa eu fiquei;
Perdi minha palavra
entre as águas do oceano!...
Quando dei por falta,
chorando, aos prantos,
Pulei no azul profundo
— o desespero foi tanto...
Perdi todas as forças
nadando contra a corrente
E para meu desgosto,
a palavra, no fluxo das águas
Morrera e fora comida por peixes.
Olhei para o Céu praguejando heresias
E minhas lágrimas quentes
se juntaram às águas frias.
E mesmo ali, banhada e gélida
Pude sentir que estava seca,
Insensível para a poesia...
O navio há muito partira,
Minha alma também se foi;
Só eu fiquei ali, inerte e vazia.
Meu espírito, inquieto e triste,
não pôde se elevar:
Perder a palavra...
maior descuido não há!