sexta-feira, 19 de junho de 2009

esqueça

"Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu"   


   Não sei. Se eu não tivesse ambições, planos, eu me entregaria ao álcool completamente. Não tem coisa melhor do que a sensação de estar bêbada (ao menos nas primeiras horas, pois eu fico deprê e choro depois de algum tempo). Se tudo der errado pra mim, não se surpreenda se me encontrar "toda remelenta, estrunchada, num bar, entregue à bebida".
   Acho que não tô muito bem não. É a maldita maçã com açúcar que eu tanto gosto. Ela me traz más lembranças. O desprezo contribui. Não, não estou nada bem. 
   Como as pessoas podem ser tão hipócritas? Por que eu precisei beber um monte e tomar 3 diazepans, pra poder falar o quanto eu a acho "cruel"? É um saco. As pessoas, a vida, os romances. Mas eu quero me apaixonar de novo. Assim como "só uma ressaca cura outra", "só um amor cura o outro". Vai ser difícil. O primeiro passo foi dado por meus irmãos: excluir as malditas fotos. O segundo passo terá que ser dado por mim. Rasgar as cartas? Deletar o orkut? Tomar drogas? Entrar em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e pedir uma indicação ao Joel e a Clementine, para marcar uma consulta com o "dr. esquecimento"?

Eu não acho que bater minha cabeça na parede me fará esquecê-la, mas é válido tentar.

Ah...


Meu problema com fotos é o seguinte: uma pessoa está aqui, depois não está. Se ela parte depois, como vou lembrar? Como vou saber que aquilo é real? Eu vou lembrar, mas não vou conseguir distinguir se é real ou invenção. Vou sofrer do mesmo jeito, mas vou me perder em mim, como me sinto agora em relação ao que já passou. Droga. Não tô legal.



"Tu llanto me tortura (...)
Pedazo de mi alma me arrebataste el corazón 
Como vivo si tú guardas mis latidos" 

(Baby Blues - Andrea Echeverri)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

o triste fim da Mariposa


Pisotearam a pequena Mariposa,
vítima do tempo.
Peguei-a do chão,
coloquei-a na mesa:
examinando-a pude ver
suas asas feridas,
esmagadas e inválidas.

Sem poder voar,
seus olhos já não eram tão brilhantes
e sua alma já não era delirante.
Incentivei-a uma, duas, três vezes:
- Voe, pequena Mariposa!
- Você consegue, voe!
- Vamos, minha querida.

Em seu olhar gigantesco
existia tristeza, melancolia.

Ela caia, eu a levantava.
Ela se encolhia,
em seus gestos reinava a apatia.
O gemido mudo a denunciar-lhe a dor.

- Lute, dona Mariposa!
- Você nasceu voando,
sua liberdade é essa!

Dona Mariposa já não escutava
nem nada falava.

Suas asas não seriam amputadas,
então, mortas, ela as arrastava.
Em dor, pouco a pouco se perdia.
Veio então, a primeira heresia:
Pulou, eu a socorri.
Pulou de novo, eu a acudi.
Mais uma vez a loucura,
barrada por mim.
Foi então que percebi
o que era o certo a se fazer:
Quando pulou novamente
deixei a pequena Mariposa morrer.

Terá sido boa sua vida,
mesmo com tanta dor no final?
Não sei, não sei.
Provavelmente nunca saberei.
Descanse em paz, pequena Mariposa.
Aqui sempre terá alguém a te louvar.


Sorte de hoje: A vida é como um livro: não importa que seja longa, contanto que seja boa